Pensamento do Polo Audiovisual de Barra do Piraí

"Você vê coisas e diz: Por quê? Mas eu sonho coisas que nunca existiram e digo: Por que não?"
Robert Kennedy

domingo, 3 de janeiro de 2010

Barra do Piraí investe em cultura para mudar perfil

Criador da expressão “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”, o cineasta Glauber Rocha, fundador do Cinema Novo brasileiro, não poderia imaginar que sua afirmação serviria, um dia, de lema para transformar a realidade de um município com pouco mais de 88 mil habitantes. Pelo menos é isso que pretende um ambicioso projeto desenvolvido pela Secretaria de Trabalho, Desenvolvimento Econômico, Turismo, Lazer e Cultura de Barra do Piraí, na região do Médio Paraíba.
A ideia de fazer da cidade um Polo de Audiovisual ganhou força depois que mil moradores foram demitidos da maior empresa empregadora da cidade, a BR Metals, esvaziando não só a economia, mas também a autoestima da população. Segundo o secretário Roberto Monzo Filho, foi justamente esse momento de crise econômica que impulsionou a criação de uma nova atividade econômica para Barra do Piraí.

- Tivemos que nos reinventar, buscar outras alternativas para empregar as pessoas. O Polo de Audiovisual faz parte dessa estratégia para fazer da cultura uma geradora de economia para o município. A cidade está, hoje, em busca de uma identidade e de um rótulo para levantar sua moral – detalha Monzo Filho.

Barra do Piraí possui uma topografia desfavorável à atração de indústrias, ao contrário de outras cidades da região, como Resende, por exemplo, que tem áreas mais planas e acesso mais fácil a rodovias de grande movimentação. A saída, então, foi encontrar uma outra vocação econômica.

- O modelo tradicional de desenvolvimento para as cidades se baseia na atração de empresas, que, até a instalação, trazem muita mão-de-obra, mas, depois de prontas, deixam muitas pessoas na rua ou trazem trabalhadores de outras cidades. Quando trabalhamos a cultura, fazemos uma fábrica sem chaminés. Além disso, não trazemos pessoas de fora. Valorizamos a população do município – argumenta o secretário.

Foi assim que nasceu o projeto do Polo de Audiovisual, que, além de atrair iniciativas para a cidade, por meio de incentivos fiscais, futuramente, vai disponibilizar mão-de-obra qualificada para trabalhar na área. A primeira obra produzida na cidade é uma série para TV baseada em contos de Machado de Assis com a assinatura do cineasta Jom Tob Azulay. Enquadrada na Lei de Incentivo do ICMS e com patrocínio da Light, a série já está sendo rodada com elenco local. Entre as locações estão a Igreja de Ipiabas e a Fazenda da Taquara, ambas do século XIX.

O projeto também inclui a capacitação de alunos da rede pública de ensino, por meio de oficinas de audiovisual. No fim da oficina, os estudantes apresentam curtas-metragens, que poderão competir pelo Festival Estudantil de Cinema.

- A capacitação também pode levar os jovens a se tornarem empreendedores, já que eles estarão aptos a produzir vídeos institucionais, por exemplo, ou a trabalhar um uma TV pública local que estamos criando. Além disso, poderão ser aproveitados no elenco de produções que venham a ser rodadas no município. Com isso, os jovens passam a ter perspectiva, além de uma visão mais crítica sobre a realidade – finalizou Monzo Filho.

Fonte:Portal do Governo do Estado do Rio

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